quarta-feira, 25 de abril de 2018

Deus e o Estado brasileiro


Como se explica essa fé em Deus com tanta injustiça em nosso país? 

  
 É uma boa pergunta que merece uma boa explicação!
O Brasil sempre foi e sempre será um país de alma religiosa.
A nossa colonização portuguesa trazida por padres jesuítas carregava em seu bojo o catolicismo romano medieval. Encontraram nessas terras índios com seus deuses das matas, das cachoeiras e das florestas. É verdade que a maioria das nações seguem o mesmo histórico, e religião é um fenômeno tão antigo como a civilização humana. Mas no Brasil, assim como em muitas nações da América Latina, a religião católica e posteriormente, espírita e evangélica e que tem em sua mensagem cristã fundamentos e pilares de uma defesa por justiça, amor ao próximo e juízos de Deus contra toda a maldade e violência à terra, ao meio ambiente e ao próximo, essas mensagens estão alienadas da crença em Deus e da pratica pessoal desses princípios dela decorrente.

No Brasil é possível se cultuar à Deus e lêr a Bíblia sem se preocupar com a corrupção sistêmica que mata milhares de pessoas nas filas dos hospitais e a violência que assassina o próximo na esquina da Igreja?!

Nossos "templos" são para cultuar à Deus nos domingos somente e não podem servir de abrigo para o mendigo e necessitado nos 6 dias que sobram na semana. Cultuar a Deus e ignorar a sociedade agonizada por um Estado falido são duas moedas diferentes. Cultuar a Deus e servir o próximo não são sinônimos na cultura religiosa brasileira. É lógico que estou generalizando, mas sei que ha exceções! 


Há uma exegese equivocada de que o Estado tem tanto poder e autoridade quanto a Igreja, e temo que o Estado tenha até mais poder e autoridade que a Igreja, sendo esta subserviente ao poder absoluto do Estado, uma vez que "toda autoridade vem de Deus" e dai a Cesar o que é de César e a Deus o que é de Deus. Na cabeça do religioso brasileiro, Estado e Deus se fundem como uma única autoridade, mesmo que esse Estado seja corrupto, injusto e iníquo! Na teoria não mas na pratica sim. De modo que fica possível cultuar a Deus e respeitar o Estado apesar de tudo.

Quando se refiro a "igreja", se refiro tanto ao catolicismo romano, como ao evangélico "protestante", que de protestante, etimologicamente e historicamente, não tem nada, uma vez que ele é tão subserviente quanto a cultura católica romana medieval, onde a "Igreja" tinha tanto poder como a "corôa" possuía. É dessa matriz européia que se origina nossa dicotomia religiosa! 

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