segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O cuspe nojento transformado em cura e o lazarento que entrou no céu.

O cuspe nojento e o lazarento que entrou no Céu



É incrível como Jesus transforma as expressões de ódio em amor...
No Antigo Testamento, num momento de inveja de Miriã contra seu irmão Moisés, a narrativa bíblica indica o castigo de Deus sobre aquela mulher tornando-a leprosa. 
Deus ilustra a situação dela como um pai que cuspiu no filho.


Clamou, pois, Moisés ao SENHOR, dizendo: O Deus, rogo-te que a cures.


E disse o SENHOR a Moisés: Se seu pai cuspira em seu rosto, não seria envergonhada sete dias? Esteja fechada sete dias fora do arraial, e depois a recolham.


Assim Miriã esteve fechada fora do arraial sete dias, e o povo não partiu, até que recolheram a Miriã.

Numa situação como essa, da lepra, ficou evidente então o cuspe como coisa nojenta e abominável para as pessoas no Antigo Oriente. Um estigma se estabeleceu então: o leproso era alguém em quem Deus havia cuspido e fora amaldiçoado.
É claro que Deus não havia dito nada assim no caso de alguém estar com lepra, mas a natureza humana tem mania de estabelecer o paradigma.

Cuspe, também chamado de Guspe pelo povão, é a arte de expressar desprezo (e falta de higiene) por alguém, através da liberação do excesso de saliva que está espumando pela sua boca, neste momento.

Então Jesus aparece e quebra o estigma quando usa o cuspe para curar um cego ao misturar saliva com terra formando um barro e passando nos olhos do cego.
Ele constrói os olhos do cego, usando a terra, já que o homem foi formado do pó da terra e saliva, já que o corpo humano é formado de 70% de água.
Na criação de Deus, nada é imundo; só depende da motivação interior de seu coração.

Já em Betsaida, novamente ele toma um outro cego pela mão, aplica a saliva diretamente nos olhos, trabalhando na cegueira teimosa do homem.

Um judeu comum, ou no caso, até mesmo nos dias de hoje, olharíamos para Jesus com estranheza e questionaríamos tal gesto, pois cuspir é a expressão máxima do desprezo por alguém, mas no caso de Jesus ele usa tal gesto para curar vidas...

E finalmente, ainda na Galiléia, quando atravessa a região de Decápolis, ele, de fato, usa e abusa do cuspe: toma um surdo e gago pelas mãos, retira-o do meio da multidão, enfia os dedos no ouvido do homem, depois cospe nos dedos e toca na lingua do homem. Imediatamente o homem começa a ouvir e falar desembaraçadamente. (Marcos 7:33)

São os homens que são maus.
Nada de ruim há quando um gesto, um toque, uma expressão é feita com amor e graça.
Nessas pequenas expressões físicas de amor, Jesus destrói estigmas de maldições.


No meu tempo, lazarento era um palavrão. Hoje essa expressão caiu em desuso.
Sempre indaguei o que queria dizer tal palavrão; queria saber de onde se originara essa palavra. Disseram-me  que um lazarento era um leproso amaldiçoado. Alguém feridento; com chagas pútridas. Mas foi Jesus quem saiu com essa história. O interessante é que captaram só a situação negativa do sujeito, quando na verdade, Jesus mudou os polos quando colocou o miserável Lázaro no seio do Abraão. (Lucas 16:20)

O Lázaro da parábola contada por Jesus, foi redimido; ele entrou no céu, no seio de Abraão.
O que me chama a atenção nessas duas situações é a percepção de Jesus em transformar aquilo que é "demonizado" pela cultura do povo em geral, transformando e chocando o pensamento da média da maioria das pessoas. Jesus "bate de frente" com a mania do povo em ridicularizar, demonizar e estigmatizar pessoas e situações.
Para ele a vida é maior do que qualquer gesto nojento e estigmas profanos.

Ele toca no leproso sem medo de que a lepra lhe fosse transferida.
Hoje temos uma geração de cristãos "meia-boca"; uma geração de crentes "talquinho pom-pom"; eles tem medo de tudo. Pessoas que não devemos tocar, conversar (...) . Lares e lugares que não devíamos entrar por que o "maligno" está ali. Vamos embarcando naquilo que é ditado pelas pessoas como sendo "impuro" e "intocável".

Jesus purificava gestos e situações.

E nós? Redimimos ou reforçamos os mitos e situações?


Reinaldo de Almeida

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